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Mulher de Paulo Pires reage a cenas íntimas do marido na TV: “Não me faz confusão”

8 Dezembro, 2021

Paulo Pires é ator e galã das novelas. Está casado há 21 anos com Astrid, psicoterapeuta e professora. Juntos, têm duas filhas e em casa falam três línguas.

Tem duas famílias na novela Para Sempre. Na vida real, Paulo Pires, 54 anos, divide-se pela mulher, Astrid Werdnig, com quem está casado há 21 anos, e as filhas, Chloë, 17, e Zoë, oito anos. O casal passou um fim de semana no Alentejo, onde aproveitou para namorar e desfrutar da comida e paisagens daquela região. A revista Maria esteve à conversa com os dois.

Como é ser pai e mãe de uma adolescente?

Paulo Pires (PP): Vamos aprendendo. Tal como digo à minha filha que está a descobrir uma série de coisas novas, nós também estamos a descobrir como é sermos pais de uma adolescente.

Ela já diz o que quer seguir?

PP: A representação é algo que a estimula muito, mas não queremos ser nós a condicioná-la. Poderá ser atriz e nós estamos aqui para apoiar e para a aconselhar.

“Parava nos 40”

E como é ser mulher do ator Paulo Pires e como lida com toda a exposição à volta dele?

Astrid Werdnig (AW): Quando eu conheci o Paulo éramos os dois modelos, acompanhei o caminho todo. Já não me faz confusão, mas no início achei um pouco… Eu gosto de estar tranquila, sem grande exposição. Ele fez uma telenovela no Brasil e quando o fui visitar fiquei assustada. Aquilo não era para mim. Mas depois ele mudou-se para Portugal e os portugueses são mais calmos. Lá, ele precisava de guarda-costas, nem era possível sair sem eles.

Interpreta o malandro Tozé em Para Sempre. Como foi dar vida a esta personagem?

PP: Ele é aparentemente malandro, mas não é. Ele não pisca o olho a todas as mulheres. É infantil, um miúdo grande e ao mesmo tempo muito bom coração. Seria menos interessante se ele fosse um playboy e andasse a enganar, mas não, aquilo aconteceu-lhe na vida e ele não soube resolver, atolou-se naquilo. Divertiu-me, não sendo eu assim; ao ler a sinopse, eu visualizei a pessoa. Aquilo está para mim de forma tão clara que fiquei logo entusiasmado.

Como lida com o avançar da idade?

PP: Lido bem. Obviamente que, se eu pudesse parar a idade (física), se calhar parava nos 40 e tais. Mais do que o envelhecimento, preocupa-me é o envelhecer com qualidade de vida. De resto, é tranquilo. Tive uma espécie de uma crise quando se aproximaram os 30, talvez porque era modelo na altura. Lembro-me que havia um certo prazer das pessoas perguntarem “e quando isto acabar?”. E depois devo ter tido com o aproximar dos 50 e agora não penso muito nisso. Gosto do que vejo ao espelho. Agora estou com esta pera e às vezes digo que isto está muito branco, mas não me chateia. Consigo viver bem com isso, ainda não me afeta.

Não quis ser atriz

A Astrid gostava de ser atriz?

AW: Tive várias propostas dentro e fora de Portugal e não quis. Por acaso fiz uma participação em 2018 numa telenovela na SIC, Alma e Coração, e gostei. Eu era muito tímida, mas agora acho engraçado. Tenho os meus trabalhos, não quero mudar.

Há quanto tempo é psicoterapeuta?

AW: Sou também professora de Filosofia na Escola Alemã. Já era formada em Psicologia e Filosofia. Quando cheguei cá, fiz formação na Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e, por isso, foi preciso aprender português. Acho que fui a primeira estrangeira na sociedade a fazer o curso. Foi muito importante para mim seguir aqui os passos que queria na Áustria. Tenho pacientes portugueses, alemães… é importante saber o português.

Sem segredos

Qual o segredo para uma relação tão longa e feliz?

PP: Não temos. Gostamos um do outro, ponto final. Apesar de sermos pessoas de países culturalmente diferentes, quando nos encontramos sentimos coisas em comum. Não acredito nos opostos que se atraem… A forma como vemos o mundo é idêntica. O que queremos fazer e viver também é, como o que queremos para o nosso dia-a-dia. Nenhum de nós é muito materialista ou deslumbrado…

AW: Temos valores em comum. Somos os dois teimosos quando discordamos.

A língua alguma vez foi um entrave para vocês?

PP: Nunca foi um entrave, mas às vezes foi uma dificuldade. Conhecemo-nos em inglês, ela veio para Portugal e estudou Português na Faculdade de Letras, fez uns cursos intensivos, investiu muito no português.

Falam inglês em casa?

PP: Sim. Falamos três línguas em casa: português, alemão e inglês. A Astrid fala alemão com as miúdas, eu, português e nós falamos em inglês.

Natal de fusão

Como é o vosso Natal?

PP: Fazemos a mistura das nossas raízes e das nossas vivências. Apesar de sermos de Portugal e Áustria, estivemos juntos a trabalhar em Paris, Taiwan, Alemanha… Fomos integrando coisas na nossa vida que fomos encontrando pelo Mundo. É um Natal de fusão. Quando passamos em Portugal, com a minha família, temos o bacalhau e o peru recheado, mas depois existem sempre outras coisas. A Astrid cozinha, apesar de eu também fazer umas coisas, pomos alguns doces austríacos, mas vamos variando. Quando estamos na Áustria, levamos alguma coisa de cá. Em anos normais, normalmente passamos um Natal cá e outro lá.

Onde passam este ano?

PP: Este ano será lá, se a COVID o permitir. É sempre uma viagem difícil, porque a roupa de inverno para a Áustria é muito volumosa, as prendas… Não temos voo direto, ou fazemos dois voos, ou um voo e o resto de carro…

Há muitos presentes nessa noite?

PP: Há, mas nós sempre tentámos que não fosse em exagero. Mesmo quando as nossas filhas eram muito pequeninas até tentávamos não entregar os presentes todos naquele dia. O Natal tornou-se uma festa de muito consumismo. É muito cansativo. Ao mesmo tempo que é especial, também tem o lado triste para quem não tem a família e o lado do consumismo. Abrimos os presentes antes da meia-noite, principalmente por causa da mais pequenina. Comemos, fazemos uma pausa para abrir e depois voltamos a comer.

Ainda se surpreendem?

PP: Sim. Mas já não temos muito aquela coisa da prenda, já não damos tanta importância. Não são as prendas que nos movem um com o outro. Pode ser um livro especial. A Astrid sabe que eu só gosto de determinado tipo de carteiras e manda vir. Nem é o dinheiro, mas sim o trabalho que dá aquele presente. A melhor prenda que posso dar à Astrid, além de tratá-la bem e de a levar a dançar, é uma viagem. Depois de dançar, viajar é das coisas que ela mais gosta.

“Acabaram as grandes festas”

Como vai ser a passagem de ano?

AW: Nos últimos anos temos uma tradição muito bonita com amigos portugueses e espanhóis e todos têm filhos. São três famílias juntas. Passamos numa quinta, perto do mar, com comida, muita dança, boa música e um passeio grande no dia seguinte pela Natureza.

PP: Acabaram há muitos anos aquelas grandes festas com muita gente. Chateia-me estar num sítio onde está toda a gente em festa. Vou aturar pessoas para as quais não tenho paciência e me dão seca, e não me apetece apanhar uma seca no fim de ano. Quero estar bem, com pessoas com quem sei que vou estar bem a noite toda. Já passámos em Veneza, já fomos para Itália com a filha mais nova, nas montanhas na Áustria, no Brasil.

Fazem promessas?

PP: Não. Não acredito. Os exemplos de pessoas que vejo que fazem isso não cumprem. O que nós tentamos é viver cada dia igual ou melhor do que o anterior.

Alguma superstição?

PP: Na Áustria fazemos uma coisa com estanho. Há um recipiente com água, derrete-se o estanho com uma colher (há um pack à venda), atira-se para dentro da água e a forma que fizer define o futuro. Fazemos isto por graça. E depois damos um trevo ou um porquinho para colocar na carteira.

 

Astrid e as cenas íntimas do marido

Habituada a ver o marido em cenas íntimas nas novelas, Astrid revela como lida com a situação. “Estamos habituados. Também fiz imensas publicidades, sei exatamente como isto é feito e não me faz confusão. Sou Escorpião, mas sou pouco ciumenta. Lido bem. E também conheço muitas das colegas do Paulo e, quando é assim, mais fácil se torna”, explica a também modelo.

O ator remata: “Quando as pessoas percebem como é que as coisas são feitas por dentro, percebem que as coisas não acontecem por se fazer uma cena. Quando a estamos a fazer, estamos rodeados de dezenas de pessoas, e as coisas são todas coreografadas…”

Gravar em tempos de covid

Paulo Pires gravou a novela Para Sempre em plena pandemia da covid-19 e revela como é trabalhar na incerteza. “Tínhamos um médico na produtora e era-nos medida a febre à entrada. Se houvesse um contacto mais próximo, éramos testados outra vez. Tive semanas de fazer quatro testes. Eu acho que, sem querer, as próprias cenas mais íntimas parece que ficam mais frias, passaram a existir menos. Tudo ficou mais frio. A máscara foi sempre um ponto assente até à hora de gravar”, conta.

 

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Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Luís Correia; Agradecimentos: Hotel Vila Galé Collection Alter Real e Turismo do Alentejo e Ribatejo

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